José Oswald de Souza Andrade era de família abastada.
Ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo) em 1909.
(Só se formaria em 1919, quando seria o orador da turma.)
Publicou seus primeiros trabalhos em "O Pirralho", semanário paulista de crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911.
Publicou seus primeiros trabalhos em "O Pirralho", semanário paulista de crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911.
Em 1912, viajou para Paris, onde, convivendo com a
boemia estudantil, entrou em contato com o futurismo e conheceu Kamiá, mãe de
Nonê, seu primeiro filho, nascido em 1914.
De volta a São Paulo, continuou no jornalismo
literário. Em 1917, passou a viver com Maria de Lourdes Olzani (a Deise).
Defendeu a pintora Anita Malfatti de uma crítica
devastadora de Monteiro Lobato e fundou o jornal "Papel e Tinta". Em
seguida, ao lado de Anita, de Mário de Andrade e de outros intelectuais,
organizou a Semana de Arte Moderna de 22.
Pelo espírito irreverente e combativo, nenhum outro
escritor do modernismo ficou mais conhecido que Oswald. Sua atuação é
considerada fundamental na cultura brasileira da primeira metade do século 20.
Publicou "Os Condenados" e "Memórias de
João Miramar". Em 1924, iniciou o movimento Pau-Brasil, juntando o
nacionalismo às idéias estéticas da Semana de 22. Em 1926, casou com a pintora Tarsila
do Amaral, e os dois se tornaram a dupla mais importante das artes brasileiras
(Mário de Andrade os apelidou de "Tarsiwald").
Oswald escreveu o "Manifesto Antropofágico",
em que propôs que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma
cultura revolucionária própria. Assim fariam Mário de Andrade em "Macunaíma"
(1928) e Raul Bopp em "Cobra Norato" (1931).
Com a crise de 29, Oswald teve as finanças abaladas e
sofreu uma reviravolta na vida. Rompeu com Mário, separou-se de Tarsila e casou
com a escritora e militante política Patrícia Galvão (a Pagu). Da união
nasceria Rudá, seu segundo filho.
Filiou-se ao PCB após a revolução de 1930 (romperia com
o partido em 1945, embora continuasse sendo de esquerda). Em 1931, quando
dirigia o jornal "O Homem do Povo", foi várias vezes detido.
Em 1936, após ter-se separado de Pagu, casou com a
poetisa Julieta Bárbara. Em 1944, outro casamento, agora com Maria Antonieta
D'Aikmin, com quem permaneceria até o fim da vida.
Além de poemas, já lançara o romance "Serafim
Ponte Grande" (1933) e as peças "O Homem e o Cavalo" (1934) e
"O Rei da Vela" (1937).
Em 1939, na Suécia, representou o Brasil num congresso
do Pen Club (a entidade internacional que congrega os literatos dos diversos
países). Prestou concurso para a cadeira de literatura brasileira na Faculdade
de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP com a tese "A Arcádia e a
Inconfidência" e, em 1945, obteve o título de livre-docente.
Oswald morreu aos 64 anos. Sua poesia seria precursora
de dois movimentos distintos que marcariam a cultura brasileira na década de
1960: o concretismo e o tropicalismo.



